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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Guiné 61/74 - P20169: In Memoriam (349): António Manuel Carlão (1947-2018): testemunhos e comentários (Abel Rodrigues, Fernando Calado, Arsénio Puim, Jorge Cabral, Luís Graça)



Esposende > Fão > 1994 > A primeira vez que a  malta de Bambadinca (1968/71), camaradas da CCAÇ 12, e outras subunidades adidas ao comando do BCAÇ 2852, mas também malta do BART 2917 (1970/72)... Este primeiro encontro foi organizado pelo António Carlão, ao centro, assinalado com um retângulo a amarelo:

Na primeira fila, da esquerda para a direita: 

(i) Fur Mil MAR Joaquim Moreira Gomes [, vivia no Porto, na altura ]; 

(ii)  sold cond auto Diniz Giblot Dalot [, empresário, vivia em Aljubarrota, Prazeres]; 

(iii) um antigo escriturário da CCS/ BART 2917 (morava em Fão, Esposende); 

(iv) Alf Mil Inf António Manuel Carlão (1947-2018) [,casado com a Helena, comerciante, vivia em Fão, Esposende];

(v)  Fur Mil Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal; damista, grande jogador de king e de lerpa, no nosso tempo, a par do Humberto Reis]; 

(vi)  Fur Mil Armas Pesadas Inf Luís [Manuel da ]  Graça [ Henriques]  [, prof univ., fundador deste blogue, vivia em Alfragide / Amadora]; 

(vii) Arménio Monteiro Fonseca (taxista, no Porto, da empresa Invictuas, táxi nº 69, mais conhecido no nosso tempo como o "vermelhinha"); 

(viii) Fur Mil José Luís Vieira de Sousa [, natural do Funchal, onde vivia, agente de seguros reformado]...


Na segunda fila de pé, da esquerda para a direita: 

(ix) Fernando [Carvalho Taco]  Calado, Alf Mil Trms, CCS/BCAÇ 2852 [, vivia em Lisboa];

(x) Alf Mil Manutenção Ismael Quitério Augusto, CCS/BCAÇ 2852 ], vivia em 

(xi)  Fur Mil António Eugénio Silva Levezinho [, Tony para os amigos, reformado da Petrogal, vivia em Martingal, Sagres, Vila do Bispo]; 

(xii)  Capitão Inf Carlos Alberto Machado Brito [, Cor Inf Ref, vivia em Braga, tendo passado pela GNR]; 

(xiii) camarada, de óculos escuros, que não sei identificar [, diz-me o Fernando Andrade Sousa que se trata do Pinto dos Santos, ex-furriel mil de Operações e Informações, CCS / BCAÇ 2852, natural de Resende];

(xiv) major àngelo Augusto Cunha Ribeiro, mais conhecido por "major elétrico", 2º comandante do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70); 

(xv) Fur Mil Op Esp Humberto Simões dos Reis [, engenheiro técnico, vive Alfragide / Amadora; na foto, escondido, de óculos escuros]; 

(xvi) camarada não identificado;

(xvii) Alf Mil Cav José Luís Vacas de Carvalho, Pel Rec Daimler 2206; 

(xviii) Alf Mil Inf Mário Beja Santos, cmdt do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70; vive em Lisboa, nosso colaborador permanente]

(xix)  Fur Mil António Fernando R. Marques [, natural de Abrantes, vive em Cascais, empresário reformado]; 

(xx)  Manuel Monteiro Valente [de bigode e de perfil, ex-1º Cabo, 1º Gr Comb, CCAÇ 12, apontador de dilagrama, vive no Porto, organizou o convívio, em 2019, do pessoal de Bambadinca, 1968/71]

(xxi) Abel Maria Rodrigues [hoje bancário reformado, vive em Mirando do Douro, ex-Alf Mil, 3º Gr Comb, CCAÇ 12]; 

(xxii) Alf Mil Op Esp Francisco Magalhães Moreira [, vive em V. N. Famalicão, se não erro; nunca mais o vi, desde deste 1º encontro, em 1994; não é membro daTabanca Grande]; 

(xxiii) Fur Mil Joaquim Augusto Matos Fernandes [, de óculos escuros, engenheiro técnico, vive ou vivia no Barreiro; não é membro da Tabanca Grande ]; 

(xxiv) 1º Cabo Carlos Alberto Alves Galvão [, o homem que foi ferido duas vezes numa operação, vive na Covilhã,: não integra a Tabanca Grande]; 

(xxv)  Fernando Andrade Sousa (ex-1º Cabo Enf, CCAÇ 12, vive na Trofa); 

(xxvi) e, por fim, 2º Sarg Inf Alberto Martins Videira [, vive ou vivia em Vila Real].


Foto (e legenda): © Fernando Calado (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Cinco mensagens ou  comentários de membros da nossa Tabanca Grande que conheceram (e conviveram com) o  António Carlão (*):


(i) Abel Maria Rodrigues [, vive em Mirando do Douro, ex-alf mil at inf, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71, cmdt do 3º Gr Comb]

Olá, Luis!
Obrigado pela tua comunicação sobre o falecimento do Carlão. No dia 30/8/2019 o Duraes publicou a triste notícia no grupo [, fechado,] Bambdainca, do Facebook,  de que è administrador. 
Eu era o único da companhia [, CCAÇ 12,]  que mantinha contacto regular com ele, pois ia muitas vezes jantar ao restaurante dele [, em Fão, Esposende,]  com a minha família e cheguei a ir também com o Branco, o Sousa e o Mateus.
Tinha falado com ele por telefone pouco antes de falecer e disse-me que tinha fechado o restaurante e passava a vida entre Fao e o Canada onde vivia uma filha.
Fiquei chateado com a Helena por não me ter comunicado, pois ele costumava caçar com primos meus na minha aldeia e também não souberam nada.Quanto á duvida que tens ele veio do CSM mas não passou pelos Rangers [,em Lamego]..
Paz para alma dele e dos camaradas já falecidos e saúde para os que por cá continuamos.
Grande abraço, Abel
(ii) Fernando Calado [, vive em Lisboa, ex-alf mil trms, CCS / BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70]
Junto foto do 1º. encontro da malta que esteve em Bambadinca no período 1968/1971, que teve lugar em Fão e que foi organizado pelo Carlão. O almoço decorreu num restaurante cujo proprietário, julgo, era o próprio Carlão.

Estamos todos bastante mais novos mas não tenho registo da data de realização do evento [, 1994].

Um grande abraço para todos.

Fernando Calado

(iii) Arsénio Puim [, vive na ilha de São Miguel,  RA Açores, ex-alf mil capelão, BART 2917, Bambadinc, 1970/72]

Amigo Luís Graça:

Obrigado pela informação sobre a morte do ex-alferes Carlão, que eu sinto, como acontece sempre que tenho conhecimento do falecimento de algum colega do nosso Batalhão. Nos dois encontros do Batalhão em que participei, lembrei-me e perguntei informações dele, que, na verdade, eram escassas.
Contactei, naturalmente, várias vezes com o António Carlão. Pessoa porventura um pouco polémica, mas sempre muito atencioso para comigo.

Na referida coluna para o Saltinho, que eu aproveitei para me deslocar para Mansambo, a sua esposa Helena ia no mesmo camião que eu, «à minha guarda», como vocês dizem por graça. Numa altura, o Carlão veio dizer-me para eu ir lá à frente à cabeça da coluna, porque havia problemas. Realmente, lá estavam dois picadores nativos gravemente feridos. Um deles pareceu-me mesmo estar morto, merecendo todo o meu respeito. Ao outro dei-lhe um momento de apoio e simpatia.

A lembrança que tenho da Helena é de uma mulher simpática e engraçada e com consideráveis dotes para cantar, que bem contribuiu para animar os nossos serões em Bambadinca. Pois, como dizia um professor meu de História a respeito da «guerra das damas», ela era «uma nota de ternura no meio daquele ambiente belicoso».

Daqui e por este meio, envio à Helena e família os meus sinceros pêsames. Para ti, Luís, um grande abraço. Arsénio Puim

(iv)  Jorge Cabral [, vive em Lisboa, ex-alf mil art, cmdt Pel CAÇ nAT 63, Fá Mandinga e Missirá, 1969/71]

A minha total solidariedade com a Helena! Creio que estiveram num Encontro em Montemor Novo, há anos. A Helena era uma miúda, quando apareceu em Bambadinca. No referido encontro, conversei muito com ela. Lembro-me dela dizer à minha mulher: "O Cabral era um rapaz muito bonito".

É a vida...O Carlão , a Helena...todos nós tão jovens! Carlão Amigo, até qualquer dia, mas não uses o dilagrama...Jorge Cabral

(v) Luís Graça [, editor do blogue, ex-fur nil, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71]


Uma das nossas 14 obras de misericórdia é enterrar os mortos e a outra é cuidar dos vivos... "Alfero" Cabral, não fui a esse encontro de Montemor-o-Novo, razão por que, desde 1994, nunca mais vi o casal Carlão...

A Helena, embora muito jovem, foi corajosa em meter-se naquele "vespeiro" que era Bambadinca... Quando foi para lá era a única branca no perímetro do arame farpado, depois da professora cabo-verdiana que vivia "enclausurada" na escola, com a mãe, e que não convivia com os militares... 

Portanto, a Lena foi a primeira mulher de um militar, metropolitano, a vir viver para Bambadinca, depois do ataque ao quartel em 28 de maio de 1969... Ao tempo do BCAÇ 2852, que terminou a sua comissão em maio de 1970, um ano depois...A Lena deve ter chegado a Bambamdinca depois das férias do Carlão, talvez já no fim do ano de 1969 ou princípio de 1970. Só mais tarde, com o BART 2917, vieram outras senhoras...

Continuo a pensar que terá sido uma decisão errada, a do meu cap inf Carlos Brito, ter autorizado um dos seus oficiais a trazer a esposa, recém.casada... Era (é, ainda está vivo) um bom homem, mas deixou-se ir na cantiga do Carlão... A Lena podia ter regressado viúva à sua terra...A CCAÇ  12 (e o seu setor de intervenção, o setor L1) não era companhia para se passar "luas de mel"...
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 21 de setembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20164: In Memoriam (348): António Manuel Carlão (Mirandela, 1947- Esposende, 2018), ex-alf mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel, Nhabijões e Bambadinca, 1969/71... Entra para a Tabanca Grande, a título póstumo, sob o nº 797.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16780: Inquérito 'on line' (87): A "batota" que fazíamos quando em operações, no mato: a votação termina no domingo, dia 4, às 18h42... E já temos 28 respostas: "emboscar-se perto do quartel" (50%) é a forma mais referida, seguida de "começar a 'cortar-se', com o fim da comissão à vista" (46%)... Comentários: José Martins, César Dias, Rogério Cardoso



Guiné  > Região do Oio > Bissorã > CART 643/BART 645 (Bissorã, 1964/66) > "Roncos": armas apreendidas ao IN, numa operação com a CCaç 564 . Fotos do álbum do fur mil manut Rogério Cardoso,  A CART 643 teve 7 Cruzes de Guerra e dezenas de louvores. (*)

Fotos (e legendas): © Carlos Brito / Rogério Cardoso (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




I. INQUÉRITO 'ON LINE':

"A BATOTA QUE FAZÍAMOS NA GUERRA"... ASSINALAR UMA OU MAIS FORMAS




Resultados preliminares (n=28 respostas, até ao meio dia de hoje)

As formas mais frequentes de 'batota'...


2. Emboscar-se perto do quartel > 14 (50%)

17. Começar a “cortar-se", com o fim da comissão à vista > 13 (46%)


1.“Acampar” na orla da mata, ainda longe do objetivo  > 9 (32%)

10. Falsas justificações para perda de material  > 9 (32%)

3. “Andar às voltas” para fazer tempo  > 8 (28%)

16. Falsificar o relatório da ação  > 8 (28%)

14. Simular problemas de saúde  > 6 (21%)


As formas menos frequentes de 'batota'...

6. Alegar dificuldades de ligação com o PCV  > 5 (17%)

9. Sobrevalorizar o nº de baixas causadas ao IN  > 5 (17%)

11. Reportar “enganos” do guia nos trilhos  > 5 (17%)

15. Regresso antecipado ao quartel p/ alegados problemas de saúde> 5 (17%)

18. Outras formas  > 5 (17%) 

4. Evitar o contacto com o IN (não abrindo fogo)  > 4 (14%)

7. Enganar o PCV sobre a posição das NT  > 4 (14%)

8. Outros problemas de transmissões  > 3 (10%)

5. Provocar o silêncio-rádio  > 2 (7%)


As formas de 'batota' ainda não referidas...

12. Deixar fugir o guia-prisioneiro  > 0 (0%)

13. Liquidar o guia-prisioneiro  > 0 (0%)


II Os três primeiros comentários dos nossos camaradas (**):



(i) José Marcelino Martins

Por serem muitas as operações desenvolvidas, por muitas subunidades, agora podem contar-se "por muitas" as batotas feitas.

Uma das causas mais apontadas, eram as transmissões que, por "esgotamento dos equipamentos" e as más condições de propagação rádio, [falhavam por vezes].

Ao ler os relatórios das operações, somos obrigados a "relembrar" algumas habilidades.


(ii) Cesar Dias

Na resposta nº 17ª  estão inseridas várias das primeiras, mas era sempre um risco não cumprir o objectivo, principalmente quando as coisas corriam mal e era necessário bater a zona com os obuzes. Isto aconteceu.


(iii) Rogério Cardoso

Pouco tempo depois da chegada à Guiné,  em 1964, soubemos de uma bronca, que se passou numa companhia, pertencente ao BCAV  490, e que serviu de exemplo ao BART 645, Águias Negras. Um comandante de  secção saiu com os seus homens para uma patrulha, mas passados 1 ou 2 km, simularam uma emboscada, sendo "a arma do inimigo a FBP", e claro voltaram para o quartel, que salvo erro era em Farim, a correr.

O cmdt do BCAV 490, Fernando Cavaleiro, que era um grande conhecedor da matéria, quis ir ao local, e assim aconteceu. Deparou com as cápsulas de 9 m/m com a inscrição Braço de Prata [BP] e,  como o crime nunca é perfeito, apanhou o infrator logo à primeira.

Segundo me contaram, mandou reunir a companhia  ou o batalhão  e deu um par de bofetadas no furriel, não sabendo eu se ele foi despromovido ou não.

Ora bem, foi esta história,  que não tenho a certeza se foi veridica, que nos chamou à atenção, e posso garantir que pelo menos a CART 643, cumpriu a 100% todas as ordens do seu valoroso cap.Ricardo Silveira,,,

Só não cumpriu a entrega dos prisioneiros na sede do batalhão,  porque os primeiros apanhámo-los pouco tempo depois com armas na mão, tendo o nome de recuperados. Então eramos nós que faziamos o interrogatório, para as saidas serem o mais rápido possivel.

Portanto o questionário,  para nós,  não se aplica.

PS _ Desculpem, mas acrescento mais, aos militares da CART 643, foram atribuidas 7 Cruzes de Guerra e dezenas de louvores, atribuidos pelo Com de Sector, tudo isto não foi conquistado com "ronha".

_________



(**) Últimos postes da série:

domingo, 20 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5509: Álbum fotográfico de Rogério Cardoso (1): A Paulucha e material apreendido ao IN (Rogério Cardoso / Carlos Brito)

1. Mensagem de Carlos Brito (ex-Fur Mil da CCS/BART 645, Mansoa, 1964/66), com data de 14 de Dezembro de 2009:

Amigo Carlos Vinhal,
As fotos que junto, foram-me enviadas pelo meu amigo e ex-camarada Rogério Cardoso da CArt 643/BArt 645 e ambos concordamos que elas são dignas de figurarem na Tabanca Grande.

O Rogério só agora está a iniciar-se nestas coisas da Net. Deu-me carta branca para as difundir e eu pensei que a melhor maneira seria enviá-las para o blog só que... bem, depois se verá. Eu, pessoalmente ainda nao aderi ao blog por razões técnicas (não tenho scanner) e, confesso, também não saberia como as postar no caso de já ter aderido.

Mas aqui vai:

O Rogério Cardoso era Fur Mil Manutenção da CArt 643.

Foi condecorado por ao ter-se oferecido para substuir um camarada doente, ter sido ferido em combate. Ele foi atingido por uma granada de RPG, que não explodiu, mas que lhe fracturou uma perna. Mesmo ferido, teve o bom(?) senso de pegar na granada e atirá-la para longe.

Também ele foi o autor e mentor da AM , feita num Unimog, que aparece nestas fotos e que baptizou de Paulucha, em honra da sua filha Paula.

Na minha modesta opiniao a CArt 643 teve um desempenho, brilhante, talvez os melhores Aguias Negras . Mas, como já disse anteriormente todos foram bons...para nada.

O Rogério é também um dos fundadores da Associação Amizade do BArt 645.

Amigo Carlos Vinhal, por favor põe estas fotos no blog.
Há aínda alguns Aguias sobreviventes, que vão gostar muito de as ver.
Os meus agradecimentos.

Carlos Brito
Ex-Fur Mil
CCS/BArt 645


Fotos 1 e 2 > Rogério e a autometralhadora Paulucha



Foto 3 > A "equipa" que estava a construir a AM Paulucha

Foto 4 > Fur Mils Rogério, Fernando e 2.° Sarg Mil Hipólito e Fur Mil Graça.

Fotos 5; 6 e 7 > Armas capturadas ao IN numa Operação com a CCaç 564





Fotos 8; 9 e 10 > Mais armas, onde se vê a granada de Pancerovka que partiu a perna ao Rogério





Foto 11 > As mesmas armas e a granada citada

Foto 12 > Unimog destruido por uma mina, a 3 Km da pista de aviação de Bissorã. A viatura incendiou do que resultaram 2 feridos, o condutor (natural de Barcelos), que tinha a alcunha de Substikem, (grave), e o Fur Mil Vaguemestre Massano, (ligeiro). Este último já faleceu.

Fotos 13 e 14 > Estrada de Mansoa/Bissorã onde se pode ver uma Daimler e o que julgo ser o pessoal a plantar mancarra.


__________

Notas de CV:

Sobre o BART 645 vd. postes de:

13 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2636: Convívios (42): Encontro do BART 645 em Fátima, no dia 29 de Março de 2008 (Jorge Santos)

28 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2894: O Nosso Livro de Visitas (14): Carlos Brito, ex-Fur Mil Inf, BART 645 (Oio, 1964/66)
e
27 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4594: Fichas de Unidades (3): História do BART 645 (José Martins)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2894: O Nosso Livro de Visitas (14): Carlos Brito, ex-Fur Mil Inf, BART 645 (Oio, 1964/66)

Mansabá> Memorial com os brasões das Unidades que por ali passaram. À esquerda, em baixo, o brasão do BART 645 (Águias Negras)


1. Em 10 de Janeiro de 2008 recebemos uma mensagem do nosso camarada Carlos Brito, de que estamos agora a dar conhecimento.


No vosso blogue pouco ou nada vi sobre o meu Batalhão - BART 645 (Águias Negras).

Para já uma correcção ao que disse o Artur Conceição: O BART 645 tinha como Comandante o Senhor Ten Cor António Braancamp Sobral e não o Ten Cor Henrique Calado (1).

Estivemos no Oio de meados de 1964 a Janeiro de 1966.

As nossas Companhias foram colocadas em:
CART 642 e 644 - Mansabá,
CART 643 - Bissorã:
CCS - Mansoa

Não viemos de lá envergonhados, mas sim frustados e com alguns apanhados.
Poucos mortos em combate.
Outras unidades estavam agregadas ao BART, destacadas em Olossato, Encheia e nas povoações que mencionei.
Todos foram bons!!

Carlos Brito
Ex-Fur Mil
CCS/BART 645


2. Em 27 de Maio foi endereçada resposta ao Carlos Brito

Caro Carlos Brito
Ao dar uma revisão ao correio mais antigo, deparei com esta tua mensagem.
Peço desculpa por só agora estar a responder, pois não tenho registo de o ter feito antes.

Na verdade não aparece nada do teu Batalhão no nosso Blogue, a não ser a referência que o Artur lhe faz e o anúncio do vosso Convívio ocorrido no dia 29 de Março passado que eu próprio tive ocasião de publicar.

Eu estive em Mansabá 22 meses, entre Abril de 1970 e Fevereiro de 1972 e lembro-me perfeitamente de ver o brasão do vosso Batalhão num memorial existente por lá.
Não sei se tu pertencenceste a alguma das Companhias que lá esteve.

Aproveito a ocasião para te convidar a aderires à nossa Tabanca Grande para que a história do teu Batalhão conste do nosso Blogue.

Com renovado pedido de desculpa, aguardo resposta tua.
O camarada
Carlos Vinhal

OBS:-Insiro foto tirada junto ao memorial das Unidades que passaram em Mansabá



3. Hoje mesmo recebemos esta mensagem do camarada Brito

Caro Carlos Vinhal,
Muito agradeço teres respondido ao meu mail.
Só depois de o mandar é que me apercebi que, ao tentar corrigir o vosso blogue, não tinha feito as coisas segundo as regras.

Sobre o meu batalhao - BART 645 (Águias Negras) de facto nada aparece à nossa permanência, numa das duas zonas quentes (a outra era a ilha do Como). Acaba por passar à história, como sendo um período de férias. Tal não é verdade!

O BART 645 teve uma intensa actividade operacional, até ser atingido pelo mal chamado frustração.

Em 1964 e 1965, posso dizer-te que praticamente só dois batalhões eram operacionais, o nosso e o BCAV 490.

Muitos dos meus camaradas foram condecorados e também nada encontrei no vosso blogue.

Em Mansabá estiveram as CART 642 e 644, em Bissorã a 643 e em Mansoa a 645 (CCS), daí a teres encontrado o nosso distintivo.

Sabes, nós fomos o primeiro batalhão a ostentar no ombro o emblema da Unidade. Éramos todos Àguias Negras só a côr de fundo variava, a 642 com fundo verde a 643 com azul, a 644 com vermelho e a CCS amarelo, por isso logo que desembarcámos em Bissau, passámos a ser também conhecidos pelo batalhão das tabuletas.

A Mansabá só fui três vezes.
Numa delas fui até Manhau. Não fiquei com saudade!!

Nesses anos, nós pensávamos que eramos os melhores. Nós tinhamos capturado muito material, a primeira MP 12.7, só duma vez 77 PM Thompson, RPG 7, PPSh, minas e muito mais que não me recordo. Sobre este ponto eu gostaria que os meus camaradas se pronunciassem todavia parece que eles preferem esquecer.

Todas as Unidades que estiveram no Batalhão, que não eram genuínos Águias, também foram extremamente esforçadas.

Na verdade, nós fomos uma geração que lutou por ideal impossível de alcançar.

Não tens que me pedir desculpa, eu é que agradeço. Tu, Luís Graça e Briote, fazem aquilo que deve ser feito - não apagar a nossa História.

Vai uma bazzoka???

Abraço,
Carlos Brito
Ex-Fur Mil Inf
CCS/BART 645


4. Comentário de Carlos Vinhal

Caro Carlos, ficamos agradados pela tua resposta imediata e por nos desculpares este silêncio de alguns meses.

Queremos repetir o repto para aderires à nossa Tabanca Grande e contares a história do teu Batalhão, pois não podes permitir esta lacuna no nosso Blogue.

Todos somos poucos para deixarmos feita a resenha da guerra na Guiné contada por quem a viveu.

Recebe um abraço da tertúlia com desejos de muita saúde e boa vida por terras da Alemanha.
______________

Nota de CV:

(1) - Vd poste de 8 de Dezembro de 2007> Guiné 63/74 - P2335: A trágica morte do Cap Rui Romero: 10 de Julho de 1966, dia de correio (Artur Conceição)